Agricultura
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2025

Ovo em alta: consumo cresce e setor se adapta na França

Em 2025, a França já produziu 15 bilhões de ovos, alcançando 97% de autossuficiência, mas ainda precisará ampliar a produção para responder a uma demanda crescente. O ovo se consolidou como alimento acessível e nutritivo, com avanços em bem-estar animal e inovação em ovoprodutos, embora desafios como crises sanitárias e custos de produção mantenham a necessidade de apoio e cooperação no setor.

O consumo de ovos na França cresce de forma constante, com aumento estimado entre 4% e 5% ao ano. Para dar conta dessa demanda, o setor tem buscado reforçar sua soberania alimentar.

Em 2025, foram produzidos cerca de 15 bilhões de ovos no país, o que garante 97% de autossuficiência. Mas, para manter esse equilíbrio até 2027, será necessário ampliar a produção em aproximadamente 350 milhões de unidades por ano — o que representa a entrada de 1,5 milhão de novas poedeiras, além de investimentos significativos em granjas, indústrias e logística.

Em um contexto de inflação, o ovo vem se consolidando como um alimento acessível, rico em proteínas e versátil. Ele voltou a conquistar principalmente os consumidores mais jovens, atraídos por sua praticidade e pela imagem de produto natural.

Essa tendência fortalece o setor, que aposta em uma expansão sustentável, paralela à transição para sistemas de produção mais alinhados ao bem-estar animal. Em 2025, mais de 68% dos ovos vendidos em supermercados já vinham de galinhas fora de gaiolas, e a meta é atingir 80% em apenas dois anos.

Além dos ovos in natura, os ovoprodutos representam uma frente estratégica para a indústria de alimentos e para a restauração coletiva. Empresas do setor têm investido em inovação, com tecnologias de pasteurização, produção em pó, embalagens mais sustentáveis e sistemas de rastreabilidade baseados em blockchain. Esses avanços são considerados fundamentais para manter a competitividade diante da abertura dos mercados europeus e internacionais.

Mas os desafios continuam presentes: crises recorrentes de influenza aviária, a volatilidade dos custos de insumos como ração e energia, e a pressão por práticas ambientais mais rigorosas exigem adaptação permanente.

Para enfrentar essas incertezas, o setor considera indispensável ampliar o apoio público e a cooperação entre produtores, indústrias e distribuidores. Ao mesmo tempo, comunicar melhor com o consumidor é chave: para que o ovo seja reconhecido como alimento do futuro, é preciso destacar tanto seu valor nutricional quanto sua relevância econômica.

Fonte: Comité National pour la Promotion de l’Œuf (CNPO), dados de 2025.

Imagem: Freepik