À medida que o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul se aproxima, surge uma questão crucial: por que o Brasil, um dos maiores exportadores agrícolas do mundo, não tem se comunicado de forma eficaz sobre os avanços de sua agricultura sustentável?
A ausência de uma estratégia de comunicação clara e transparente sobre as práticas agrícolas no Brasil tem sido um ponto de tensão, especialmente em relação à sua reputação internacional.
Ao invés de proativamente promover sua agricultura com respeito às normas ambientais e de saúde, o Brasil frequentemente se coloca em uma posição defensiva, respondendo às críticas, mas sem apresentar de forma consistente suas políticas e inovações sustentáveis. Isso resulta em um cenário onde a imagem do país é frequentemente associada a práticas de produção prejudiciais ao meio ambiente, como o uso de pesticidas proibidos na União Europeia, ou à falta de rigor nos controles sanitários, como no caso das grandes fraudes envolvendo empresas de carne.
Mas por que o Brasil não se prepara adequadamente para enfrentar essas críticas, apresentando dados e provas de seu compromisso com a sustentabilidade?
Parte do problema pode estar na falta de uma estratégia coordenada de comunicação internacional sobre as práticas agrícolas, que permita desmistificar as percepções negativas e destacar os avanços do país.
Em vez disso, o governo e os setores produtivos parecem esperar por uma abordagem reativa, respondendo às acusações à medida que surgem, mas sem se antecipar às questões que inevitavelmente surgem nas negociações comerciais.
A postura defensiva, muitas vezes caracterizada pela ausência de uma narrativa convincente sobre a modernização e sustentabilidade do setor, prejudica o Brasil, especialmente quando comparado a outros países, como os da União Europeia, que promovem com vigor suas políticas ambientais e de saúde agrícola.
Para enfrentar as barreiras e disputas comerciais de maneira mais eficaz, o Brasil precisaria adotar uma postura mais proativa, com maior transparência e foco na divulgação de suas boas práticas e inovações no setor agrícola, reafirmando seu compromisso com a sustentabilidade e a segurança alimentar global.
A comunicação eficaz sobre a agricultura sustentável no Brasil é de extrema importância, especialmente no contexto das negociações do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. O Brasil, sendo um dos maiores exportadores agrícolas do mundo, possui um potencial imenso para destacar suas práticas agrícolas responsáveis e inovadoras, mas, infelizmente, falha em comunicar essas conquistas de forma clara e consistente.
A ausência de uma estratégia coordenada de comunicação internacional tem gerado um cenário onde o país é frequentemente visto sob uma ótica negativa, associado a práticas prejudiciais ao meio ambiente e à saúde pública, como o uso de pesticidas proibidos e a falta de rigor nos controles sanitários.
Ao invés de antecipar as questões e destacar seus esforços em sustentabilidade, o Brasil se vê constantemente na defensiva, permitindo que a percepção negativa sobre a agropecuária nacional ganhe força. Para reverter essa situação, o Brasil precisa adotar uma postura mais proativa, investindo em uma comunicação transparente, que reforce suas políticas de desenvolvimento sustentável, boas práticas agrícolas e inovações no setor.
Somente assim o país poderá fortalecer sua imagem no mercado global e garantir que suas práticas agrícolas sejam reconhecidas como parte de uma solução para os desafios globais de segurança alimentar e preservação ambiental.
Juliana Grazini - 06/12/2024
Imagme: Free Pik