
A ideia futurista em 2018 era a agricultura e pecuária encaixotadas. Ops! Fazendas verticais.
Dentro da tendência Foodtech imaginava-se plantas cultivadas em torres/prédios e iluminadas com lâmpadas num ambiento controlado. Pelo Homem é claro!
E às custas de que tipo de energia? Como ficariam as trocas gasosas?... Aparentemente estas refelexões ainda não foram elucidadas.
Mas aparentemente a Aerofarms, a tal fábrica de 6500 m2 na periferia de Nova York onde se desenvolve a tal agricultura do amanhã, onde diz-se que se gasta menos com água e se necessita de menos área extensa de solo (mas não de energia) é uma grande inspiração para o desenvolvimento da agricultura urbana.
Outros projetos falam de fazendas construidas verticalmente e que seriam capazes de alimentar localmente populações e que seriam uma das soluções para a produção de alimentos no futuro.
Uma cidade utópica capaz de suprir suas próprias necessidades alimentares, a cidade nutritiva intriga, perturba, encanta e questiona. É o futuro?
Eu tenho receio do proselitismo arrogante de uma urbanidade que convença nossa sociedade a colocar o problema da produção agrícola de cabeça para baixo. E tenho receio de que substituir os campos rurais, seus jardins urbanos e arranha-céus transformados em fazendas serão inúteis sem uma mudança profunda em nossos padrões de consumo de alimentos.
Os mais otimistas acreditam que o casamento da ciência de dados e horticultura pode enfrentar os desafios alimentares de um futuro mundo descarrilhado.
São lindos projetos arquitetônicos, de engenharia de produção, engenheraia agronômica, gestão de recursos e outros, além de aproveitar melhor os espaços urbanos. Isso me parece indiscutivel.
Eu me pergunto: é mesmo a sina do Homem se afastar de natureza à este ponto? Será que a Terra nos suportará, se submeterá à esta espécie destrutora e egocêntrica ou nos extinguirá?
Ou este é mais um projeto que vai mudar nossos paradigmas e seguiremos sob este Globo subindo em elevadores para conhecer as plantações de alface e ver algumas vaquinhas nos pastando no vigésimo andar para ter um leito melhor.
Paris, 04 de abril de 2018.
Fonte:https://usbeketrica.com/article/les-fermes-verticales-ou-l-utopie-d-une-ecologie-hors-sol /http://www.atlantico.fr/pepites/chine-bientot-fermes-verticales-urbaines-qui-produiront-propre-nourriture-661159.html